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Delfins, 40 Anos

Escrito por em 24/06/2025

Em Cascais, no ano de 1981, os adolescentes Fernando Cunha, João Carlos e Silvestre, começam a ensaiar juntos, perseguindo o sonho de formarem um grupo musical. Numa garagem mínima instalam os seus instrumentos de quarta categoria e aprendem a tocar alto. Eram movidos pelo que os movimentos punk e new wave lhes tinham ensinado: não era preciso saber tocar muito bem ou ter instrumentos muito caros para que se fizessem ouvir. Bastava a atitude.

Em 1982, ouvindo aquele barulho, Miguel Angelo passa nas redondezas e conhece os outros três (na realidade era irmão de João Carlos, que fartava-se de o ouvir lá em casa, no quarto, a inventar canções). Canta o “Amor” dos Heróis do Mar como prova geral de acesso e, como candidato único, transforma-se no cantor da banda, ainda sem nome. Começam a criar temas originais em português, ainda longe do pop que os caracterizaria mais tarde. Cruzam as guitarras eléctricas com alguma música popular e obtêm um resultado híbrido, não muito longe do que faziam os Skids ou depois os Big Country, na altura. Autodenominam-se, imaginem, Fanfarra! Entra mais um guitarrista, Carlos Rouco, que sai no mesmo ano.

Em 1983 chega um baterista, Pedro Molkov, que substitui caixa de ritmos até aí usada nos ensaios. Isso é condição para que se comecem a preparar espectáculos ao vivo. É no final deste ano que dão o seu primeiro espectáculo, no casamento da irmã do Fernando Cunha, em Cascais, junto ao mar do Guincho. É nesse ano que Fernando Cunha que convida o Pedro Ayres Magalhães (dos  Heróis do Mar), grande amigo do seu irmão mais velho Antonio, a vir a Cascais  ouvir pela pela primeira vez o grupo, ao que terá dito: “Volto daqui a seis meses. Trabalhem rapazes!”. Fazem, em Tires, o seu primeiro Réveillon, depois de tocarem em bares como o Casablanca, em Cascais, onde tentam impingir ao público os seus originais.em vez das covers dos anos 60 ou de música brasileira a que ele estava habituado.

1984 (o início dos DELFINS)

O Pedro Ayres volta e gosta especialmente de dois ou três temas mais pop que o grupo acabara de criar. Um deles chama-se “Letras” e é autobiográfico e original, outro é uma versão de “O Vento Mudou”, tema defendido por Portugal, na Eurovisão de 67, pelo “grande” Eduardo Nascimento. O Pedro era um dos activistas de uma editora independente, a Fundação Atlântica, e oferece-se para produzir o grupo. Nesse princípio de ano muita coisa se passa: Ensaios, gravações, fotografias… mas o nome só vem no fim. António Cunha, irmão de Fernando, proposto empresário do grupo, baptiza o grupo de “DELFINS”, num intervalo das misturas do 1º single. Toda a gente se ri e pensa que se trata de uma brincadeira… Em Agosto (tinha de ser no Verão!), sai o primeiro single e maxi-single do grupo: no single, o lado A é o “Letras”; no maxi, é “O Vento Mudou” (com um solo de guitarrra inesquecível de Tó Pinheiro da Silva), que se torna no maior êxito radiofónico do Verão, muito antes das play-lists existirem… Em Dezembro animam o Rock Rendez Vous, numa passagem de ano histórica para alguns elementos da banda, mas isso não se pode aqui contar.

Assim começou a história dos Delfins.

O Fernando Cunha falou com o Hugo Simões sobre o percurso da banda e sobre muitas outras coisas, num especial apresentado no dia 24 de junho, na Clube FM. Aqui ficam alguns excertos dessa conversa:

 

Um agradecimento especial aos DELFINS e à agência AFIRMA.

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